Anacardiaceae

Schinus lentiscifolia Marchand

LC

EOO:

243.983,994 Km2

AOO:

160,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil (Silva-Luz et al., 2020). No Brasil, apresenta distribuição: no estado do Paraná — no município Cascavel —, no estado do Rio Grande do Sul — nos municípios Bagé, Bom Jesus, Caçapava do Sul, Camaquã, Campestre da Serra, Candiota, Caxias do Sul, Dom Pedrito, Flores da Cunha, Lagoa Vermelha, Lavras do Sul, Monte Alegre dos Campos, Pedras Altas, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Santa Maria, Santiago, São Gabriel, Unistalda e Vacaria —, e no estado de Santa Catarina — nos municípios Anita Garibaldi, Bom Jardim da Serra, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Capinzal, Lages, São Joaquim, Urubici, Urupema e Vargem.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2021
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Mário Gomes
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore com até 6 m de altura (Tropical Plants Database, 2021), não endêmica do Brasil (Silva-Luz et al., 2020). No Brasil, apresenta distribuição em diversos municípios dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ocorre na Mata Atlântica e Cerrado, em Área Antrópica, Campo Limpo, Cerrado (lato sensu) e Floresta Estacional Semidecidual (Silva-Luz et al., 2020). Apresenta um EOO= 224098km² e mais de 10 situações de ameaças. A espécie poderia ser considerada Em Perigo de extinção pelo critério B2, entretanto EOO e o número de situações de ameaças superam muito o limiar para categoria de ameaça. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua perpetuação na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Rev. Anacard. 164, 1869. É reconhecida pelos seus ramos não armados, raques estreitamente aladas e folhas paripinadas verde-acinzentadas. Possui inflorescências paniculadas com flores pentâmeras. Seus frutos são globosos, rosados e relativamente mais curtos do que outras espécies de Schinus (Luz, 2017). Popularmente conhecida como aroeira-do-campo e carobá no Rio Grande do Sul (Silva-Luz et al., 2020).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Biomas: Mata Atlântica, Cerrado
Vegetação: Campo Limpo, Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Semidecidual, Área antrópica
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 2.1 Dry Savanna, 14.5 Urban Areas
Detalhes: Árvore com até 6 m de altura (Tropical Plants Database, 2021). Ocorre na Mata Atlântica e Cerrado, em Área Antrópica, Campo Limpo, Cerrado (lato sensu) e Floresta Estacional Semidecidual (Silva-Luz et al., 2020).
Referências:
  1. Silva-Luz, C.L., Pirani, J.R., Pell, S.K., Mitchell, J.D., 2020. Anacardiaceae. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB4397 (acesso em 03 de março de 2021)
  2. Tropical Plants Database, 2021. Schinus lentiscifolia. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Schinus+lentiscifolia (acesso em 04 de março de 2021).

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future regional low
De acordo com o MapBiomas, o município Caxias do Sul (RS) possui 5,52% (9125ha) do seu território convertido em áreas de infraestrutura urbana, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021).
Referências:
  1. MapBiomas, 2021. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. Município: Caxias do Sul (RS). URL https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/Estat%C3%ADsticas/Dados_Cobertura_MapBiomas_5.0_UF-MUN_SITE_v2.xlsx (acesso em 03 de março de 2021).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present,future national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). O Cerrado perdeu 88 Mha (46%) de sua cobertura vegetal nativa, e apenas 19,8% permanecem inalterados. Entre 2002 e 2011, as taxas de desmatamento no Cerrado (1% por ano) foram 2,5 vezes maiores que na Amazônia. A proteção atual permanece fraca. As áreas protegidas públicas cobrem apenas 7,5% do bioma (em comparação com 46% da Amazônia) e, de acordo com o Código Florestal brasileiro, apenas 20% (em comparação com 80% na Amazônia) de terras privadas são destinadas à conservação (Strassburg et al., 2017). Como resultado, 40% da vegetação natural remanescente pode agora ser legalmente convertida (Soares-Filho et al., 2014).
Referências:
  1. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153. https://doi.org/10.1016/j.biocon.2009.02.021
  2. Soares-Filho, B., Rajao, R., Macedo, M., Carneiro, A., Costa, W., Coe, M., Rodrigues, H., Alencar, A., 2014. Cracking Brazil’s Forest Code. Science (80-. ). 344, 363–364. URL https://doi.org/10.1126/science.1246663
  3. Strassburg, B.B.N., Brooks, T., Feltran-Barbieri, R., Iribarrem, A., Crouzeilles, R., Loyola, R., Latawiec, A.E., Oliveira Filho, F.J.B., Scaramuzza, C.A. de M., Scarano, F.R., Soares-Filho, B., Balmford, A., 2017. Moment of truth for the Cerrado hotspot. Nat. Ecol. Evol. 1, 0099. URL https://doi.org/10.1038/s41559-017-0099
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future national high
De acordo com o MapBiomas, os municípios Bagé (RS), Campestre da Serra (RS), Cascavel (PR), Vacaria (RS) e Vargem (SC) possuem, respectivamente, 15,84% (64789ha), 8,25% (4438ha), 5,46% (11479ha), 8,69% (18467ha) e 5,73% (2010ha) de seus territórios convertidos em áreas de culturas agrícolas (exceto soja e cana-de-açúcar), segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021a). De acordo com o MapBiomas, os municípios Bagé (RS), Bom Jesus (RS), Camaquã (RS), Campo Belo do Sul (SC), Candiota (RS), Lavras do Sul (RS) e Monte Alegre dos Campos (RS) possuem, respectivamente, 13,38% (54729ha), 7,06% (18513ha), 7,09% (11905ha), 10,82% (11101ha), 17,74% (16562ha), 9,67% (25150ha) e 7,1% (3900ha) de seus territórios convertidos em áreas de culturas de soja, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021b).
Referências:
  1. MapBiomas, 2021a. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. Municípios: Bagé (RS), Campestre da Serra (RS), Cascavel (PR), Vacaria (RS) e Vargem (SC). URL https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/Estat%C3%ADsticas/Dados_Cobertura_MapBiomas_5.0_UF-MUN_SITE_v2.xlsx (acesso em 03 de março de 2021).
  2. MapBiomas, 2021b. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. Municípios: Bagé (RS), Bom Jesus (RS), Camaquã (RS), Campo Belo do Sul (SC), Candiota (RS), Lavras do Sul (RS) e Monte Alegre dos Campos (RS). URL https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/Estat%C3%ADsticas/Dados_Cobertura_MapBiomas_5.0_UF-MUN_SITE_v2.xlsx (acesso em 03 de março de 2021).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future national medium
De acordo com o MapBiomas, os municípios Anita Garibaldi (SC), Bom Jesus (RS), Campo Belo do Sul (SC), Candiota (RS), Capão Alto (SC), Capinzal (SC), Lages (SC), Pedras Altas (RS), Piratini (RS), Urupema (SC) e Vargem (SC) possuem, respectivamente, 8,77% (5174ha), 7,22% (18930ha), 18,75% (19226ha), 8,7% (8126ha), 18,06% (24058ha), 10,54% (2573ha), 16,54% (43634ha), 6,56% (9013ha), 10,06% (35580ha), 5,78% (2024ha) e 17,19% (6028ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021).
Referências:
  1. MapBiomas, 2021. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. Municípios: Anita Garibaldi (SC), Bom Jesus (RS), Campo Belo do Sul (SC), Candiota (RS), Capão Alto (SC), Capinzal (SC), Lages (SC), Pedras Altas (RS), Piratini (RS), Urupema (SC) e Vargem (SC). URL https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/Estat%C3%ADsticas/Dados_Cobertura_MapBiomas_5.0_UF-MUN_SITE_v2.xlsx (acesso em 03 de março de 2021).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future national high
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Anita Garibaldi (SC), Bagé (RS), Bom Jardim da Serra (SC), Bom Jesus (RS), Caçapava do Sul (RS), Camaquã (RS), Campestre da Serra (RS), Campo Belo do Sul (SC), Candiota (RS), Capão Alto (SC), Capinzal (SC), Cascavel (PR), Caxias do Sul (RS), Dom Pedrito (RS), Flores da Cunha (RS), Lages (SC), Lagoa Vermelha (RS), Lavras do Sul (RS), Monte Alegre dos Campos (RS), Pedras Altas (RS), Pelotas (RS), Pinheiro Machado (RS), Piratini (RS), Santa Maria (RS), Santiago (RS), São Gabriel (RS), São Joaquim (SC), Unistalda (RS), Urubici (SC), Urupema (SC), Vacaria (RS) e Vargem (SC) possuem, respectivamente, 24,42% (14402ha), 57,8% (236416ha), 51,73% (48553ha), 44,33% (116273ha), 48,85% (148859ha), 19,47% (32710ha), 19,38% (10426ha), 22,95% (23543ha), 49,6% (46304ha), 36,37% (48450ha), 8,26% (2015ha), 8,15% (17123ha), 21,64% (35761ha), 53,9% (279978ha), 6,34% (1736ha), 46,35% (122246ha), 7,99% (10069ha), 56,54% (147048ha), 22,86% (12564ha), 51,8% (71175ha), 26,61% (42838ha), 57,45% (129159ha), 39,91% (141188ha), 31,58% (56230ha), 48,6% (117319ha), 43,77% (221109ha), 50,64% (95641ha), 51,24% (30868ha), 24,23% (24750ha), 56,52% (19810ha), 21,77% (46243ha) e 13,31% (4668ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2019 (Lapig, 2021).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2021. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2019. Municípios: Anita Garibaldi (SC), Bagé (RS), Bom Jardim da Serra (SC), Bom Jesus (RS), Caçapava do Sul (RS), Camaquã (RS), Campestre da Serra (RS), Campo Belo do Sul (SC), Candiota (RS), Capão Alto (SC), Capinzal (SC), Cascavel (PR), Caxias do Sul (RS), Dom Pedrito (RS), Flores da Cunha (RS), Lages (SC), Lagoa Vermelha (RS), Lavras do Sul (RS), Monte Alegre dos Campos (RS), Pedras Altas (RS), Pelotas (RS), Pinheiro Machado (RS), Piratini (RS), Santa Maria (RS), Santiago (RS), São Gabriel (RS), São Joaquim (SC), Unistalda (RS), Urubici (SC), Urupema (SC), Vacaria (RS) e Vargem (SC). URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 03 de março de 2021).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Parque Nacional de São Joaquim.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional Lagoas do Sul para a conservação da flora melhorar o estado de conservação das espécies ameaçadas e dos ecossistemas das lagoas da planície costeira do sul do Brasil (ICMBio, 2018).
Referências:
  1. ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2018. Portaria nº 751, de 27 de agosto de 2018. Diário Oficial da União, 29/08/2018, Edição 167, Seção 1, p. 54. URL https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-pan/pan-lagoas-do-sul/1-ciclo/pan-lagoas-do-sul-portaria-aprovacao.pdf (acesso em 08 de março de 2021).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAT Campanha Sul-Serra do Sudeste - 27 (RS), Território Santa Maria - 25 (RS), Território PAT Planalto Sul - 24 (RS, SC).

Ações de conservação (3):

Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural leaf
As folhas são anti-reumáticas e depurativas (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2021. Schinus lentiscifolia. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Schinus+lentiscifolia (acesso em 04 de março de 2021).
Uso Proveniência Recurso
7. Fuel natural stalk
A madeira é muito pesada, muito dura, extremamente resistente ao ataque de insetos mesmo quando exposta às intempéries. É muito difícil de serrar e, devido ao seu tamanho geralmente pequeno, só é usado como combustível (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2021. Schinus lentiscifolia. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Schinus+lentiscifolia (acesso em 04 de março de 2021).
Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural whole plant
Embora de crescimento lento, é uma espécie natural pioneira e pode ser utilizada em projetos de reflorestamento para restauração de matas nativas dentro de sua área natural (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2021. Schinus lentiscifolia. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Schinus+lentiscifolia (acesso em 04 de março de 2021).